Marta Passos Pinheiro (Centro Federal de Educação Tecnológica de Belo Horizonte - Cefet/MG), Hércules Tolêdo Corrêa (Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP) e Rogério Barbosa da Silva (Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais).
Desde sua origem, a literatura para crianças é atrelada às imagens. As primeiras narrativas destinadas ao público infantil foram recolhidas da tradição oral, adaptadas para o novo público e ilustradas. Apesar de apresentar uma função decorativa, não sendo fundamental para a compreensão da história, a ilustração era concebida como importante para chamar a atenção dos leitores em formação. Entre essas primeiras histórias, encontram-se, no século XVII, as fábulas de La Fontaine e os contos de Charles Perrault. De lá para cá, a ilustração vem ocupando cada vez mais espaço nas páginas dos livros infantis, sendo influenciada pelas demais artes visuais, como a pintura, a fotografia e o cinema. Como destaca Graça Ramos, em A imagem nos livros infantis: caminhos para ler o texto visual (2013, p. 51), “são muitos os teóricos que, ao analisarem a história dos livros infantis, destacam sua inventividade por tornar tão próxima a relação entre as palavras e as imagens.” Hoje em dia, com os avanços das tecnologias digitais, as obras infantis têm cada vez mais se constituído em objetos multimodais, em que a palavra escrita e a imagem relacionam-se a diversas semioses ou linguagens, como som, fala e imagem em movimento. Este eixo tem por objetivo discutir a relação entre texto escrito e texto visual na literatura infantil, impressa e/ou digital, considerando suas características multissemióticas. Pretendemos discutir, ainda, a recepção dessas obras pelo público infantil e possibilidades de usos pedagógicos em espaços formais e não formais de educação.