Em 1997, um
grupo de pesquisadores do Laboratório de Geografia Agrária,
do Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo,
junto com a Comissão de Assuntos Agrários da Associação
dos Geógrafos Brasileiros, após várias leituras
e discussões a respeito da questão agrária
brasileira, resolveu ampliar o debate para avançar na compreensão
do campo no âmbito da internacionalização
da economia do país. Dessa decisão nasceu a proposta
de realizar o I Simpósio Nacional de Geografia Agrária.
As mesas redondas estavam voltadas para a discussão dos
seguintes temas: “Desenvolvimento e contradições
no campo brasileiro”, “Formas alternativas e jurídicas
da propriedade da terra no Brasil”, “Agricultura Camponesa
e sustentabilidade”. Na estrutura do Simpósio também
ocorreram duas conferências e depoimentos e exposição
fotográfica. O I Simpósio Nacional de Geografia
Agrária contou com a presença de mais de 100 participantes
e, acabou por se configurar como um evento que se tornou um canal
aberto de reflexão sobre a questão agrária
brasileira em toda sua amplitude.
Com o desígnio de expandir este debate, nos dias 5 e 8
de novembro de 2003, aconteceu o II Simpósio Nacional de
Geografia Agrária e I Simpósio Internacional de
Geografia Agrária. Acreditando na necessidade de aprofundar
e ampliar o debate sobre a questão agrária, sob
uma perspectiva que possibilitasse uma discussão que extrapolasse
uma visão unívoca desta sociedade foi realizado
o simpósio com o tema: “O Campo no Século
XXI: Território de Vida, de Luta e de Construção
da Justiça Social”. Nesse Simpósio, rompeu-se
com os limites e fronteiras nacionais. Começou-se a construir
um espaço para o debate teórico para viabilizar
uma reflexão fundamental a respeito da questão agrária
que permanece como uma questão não resolvida em
vários países do mundo no início do século
XXI.
O II Simpósio, de abrangência internacional, foi
estruturado na seguinte forma: duas conferências (“Raízes
e Caminhos da Geografia Agrária”, e “Saber
e Resistência”), e mesas de debate com os temas Perspectivas
da Geografia Agrária, Modos de Vida Tradicionais, Terras
Indígenas e Unidades de Conservação, Reforma
Agrária e Movimentos Sociais, Políticas Públicas
e Desenvolvimento Rural.
Resgatando uma atividade desenvolvida no laboratório de
Geografia Agrária (Prosa na Quinta - onde pesquisadores,
militantes da questão agrária são convidados
para uma conversa mais descontraída, sem a rigidez de mesas
ou palestras), foi destinado um espaço para que representantes
de alguns movimentos sociais da América Latina realizassem
uma “Prosa Especial”. Com a participação
de 150 pesquisadores, entre alunos de graduação,
pós-graduação, professores universitários,
o Simpósio também contou com a apresentação
de comunicações livres baseadas nos seguintes temas
norteadores: Pensamento Geografia Agrária, Comunidades
Tradicionais, Movimentos Sociais e Políticas Públicas.
Na plenária final do II Simpósio foi aprovada a
proposta de se realizar o III Simpósio Nacional de Geografia
Agrária e II Simpósio Internacional de Geografia
Agrária, na Universidade Estadual Paulista – UNESP,
campus de Presidente Prudente/SP. O III Simpósio está
sendo organizado por grupos, núcleos e laboratórios
de pesquisa do Departamento de Geografia da USP e do Departamento
de Geografia da UNESP, com apoio do Curso de Pós –
graduação em Geografia da Unesp e do Curso de Pós
– Graduação em Geografia da USP.
A partir da diversidade de pensamentos, pesquisas e ações
o tema dessa nova edição do Simpósio –
Desenvolvimento do Campo, das Florestas e das Águas –
propõe expandir ainda mais o debate a respeito da questão
agrária no mundo. Nesse mesmo evento será realizada
a Jornada Ariovaldo Umbelino de Oliveira que pretende homenagear
e analisar as contribuições desse importante cientista
na formação do pensamento geográfico brasileiro.