Artigo do Mês

Nesta seção do site do NERA disponibilizamos textos críticos e analíticos sobre a questão agrária elaborados por pesquisadores de universidades e centros de pesquisa do Brasil da América Latina e do Mundo. Nosso objetivo é oferecer ao leitor de nosso site a possibilidade de acompanhar o movimento da construção do conhecimento sobre o tema questão agrária analisado a partir de alguns dos eixos que apresentamos logo abaixo:

Agricultura camponesa


Desenvolvimento territorial


Educação do campo das florestas e das águas


Etnodesenvolvimento


Luta pela terra e pela reforma agrária


Questões teóricos metodológicas da geografia agrária hoje


Relação campo cidade

 

ARTIGO DO MÊS - Fevereiro de 2020

Autor: Valmir José de Oliveira Valério

Título: Pelo controle camponês da produção e distribuição de alimentos: a soberania alimentar

Resumo: Em que pese a hegemonia do atual sistema de produção e distribuição de alimentos, referenciado na busca pelo controle integral dos materiais, insumos, sementes e processos agrícolas pelas transnacionais do agronegócio e na “distribuição moderna” do modelo supermercadista, existem alternativas para a construção de outras lógicas, fundamentadas não na homogeneização dos cultivos e na padronização dos hábitos alimentares, mas na promoção da diversidade e da produção com base em processos que minimizem a utilização de recursos externos ao estabelecimento. Mais que isso, o rompimento com o atual sistema hegemônico de produção e abastecimento pressupõe que o controle do movimento dos alimentos esteja com o campesinato nas escalas local e regional e não a serviço do lucro das empresas nacionais e transnacionais via generalização das distâncias percorridas. geográfico. [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Janeiro de 2020

Autor: Guilherme Matos de Oliveira

Título: Reflexões contemporâneas sobre o campesinato na perspectiva crítica do seu debate no pensamento geográfico

Resumo: A ciência geográfica vislumbra, num entendimento crítico do processo social e histórico da produção do espaço, construir reflexões sobre a relação dialética entre a sociedade e a natureza mediada pelo trabalho, este que em meio ao modo de produção vigente perde sua premissa ontológica quando se torna assalariado. Nesse sentido, este texto objetiva elucidar e compreender as análises delineadas teoricamente sobre o conceito de campesinato dentro das contradições do sistema capitalista – este que, com seus “tentáculos”, busca se hegemonizar em todos os rincões do contexto agrário – e dos rebatimentos deste debate na perspectiva de sua leitura crítica no pensamento geográfico. [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Dezembro de 2019

Autor: Fernando Henrique Ferreira de Oliveira

Título: Geografia do Envelhecimento: uma leitura a partir do espaço, do território e dos sujeitos

Resumo: Esse texto é resultado de reflexões teóricas levantadas no âmbito da disciplina “Teoria dos territórios e da questão agrária”, ministrada pelo Professor Dr. Bernardo Mançano Fernandes durante o segundo semestre de 2018, no Programa de Pós-Graduação em Geografia (PPGG) da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT/UNESP), campus de Presidente Prudente - (SP). O artigo tem por objetivo debater o tema do envelhecimento a partir de uma perspectiva geográfica, considerando a questão do espaço, do território e dos sujeitos, para entender os elementos inerentes ao fenômeno de ser “velho” e os seus impactos no sujeito e no espaço/território. Verificamos que o envelhecimento não é um tema central no campo de estudos da Geografia, por isso, buscamos nesse texto, ampliar a discussão em torno desses conceitos para pensar a relação entre o sujeito com espaço/território e a velhice. Nesse artigo realizamos um esforço teórico para. [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Novembro de 2019

Autor: Vanessa Aguiar Borges

Título: Comuna e Estado Comunal: a estratégia territorial de construção do Socialismo na Venezuela

Resumo: Este artigo pretende debater a proposta de impulsionar uma Revolução de caráter Socialista na Venezuela por meio da estratégia territorial que constitui um novo marco para a organização política, econômica, social e cultural da sociedade: as Comunas. Muitos são os documentos que revelam esta estratégia: A Constituição de 1999, as leis do Poder Popular promulgadas em 2009 e 2010, que incluem leis que orientam a construção e a legalização das Comunas e os vários discursos do presidente Chávez. [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Outubro de 2019

Autor: Julia Teixeira Martins

Título: A Titulação do território vivido

Resumo: A história de luta das comunidades afro descendentes no Brasil percorre uma trajetória de resistência, a qual se materializou e ainda se materializa na constituição de quilombos para a defesa dos negros; contra ao modelo escravagista e opressor instaurado no período colonial; contra a discriminação racial; e contra o preconceito (CONAQ, s/d). As comunidades quilombolas possuem uma forte ligação com o território em que vivem. Essa ligação transcende as questões físicas e biológicas da terra, pois a construção da identidade quilombola ocorre a partir de um território vivido de simbologiais, estabelecendo o seu modo de vida (SILVA; FERRAZ, 2012). Desse modo, o território é uma totalidade, multidimensional, de dimensões econômicas, políticas, ambientais e culturais (FERNANDES, 2009), objetivado por relações de poder e dominação (SAQUET, 2002). Segundo Haesbaert (2007), o território é “imerso em relações de dominação e/ou de apropriação sociedade-espaço e desdobra-se ao longo de um continuum, que vai da dominação político-econômica mais ‘concreta’ e ‘funcional’ à apropriação mais subjetiva e/ou ‘cultural-simbólica”.. [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Setembro de 2019

Autor: Leandro Vieira Cavalcante

Título: Agronegócio, Questão Agrária e território no Brasil: breves notas

Resumo: Por que estudar a relação entre agronegócio, questão agrária e território no Brasil? Simplesmente porque é preciso ter a compreensão de que o processo de
consecução do agronegócio, mediante a expansão da agricultura capitalista e da
territorialização das empresas agrícolas que agem difundindo esse modelo de produção, vem alterando o modo como o território é apropriado pelo capital e redimensionando os usos e as formas de ocupação da terra, incidindo sobre os meios que garantem a manutenção da propriedade privada e as estratégias que asseguram a permanência e a nexpansão do latifúndio, da concentração fundiária e dos conflitos no campo. Tal debate recoloca a questão agrária na ordem do dia, uma vez que, com o advento do agronegócio, a terra continua sendo um dos principais fatores de acumulação de capital, mesmo atualmente, conforme asseveram Paulino (2011) e Sauer (2016).. [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Agosto de 2019

Autor: Janailson Santos de Almeida

Título: Sobre o debate paradigmático: capitalismo agrário e questão agrária em questão

Resumo: O debate sobre a Questão Agrária1 é histórico, e importante para entendermos o desenvolvimento do modo de produção capitalista na sociedade e suas consequências no que se refere à disputa de projetos para o campo e suas implicações para a sociedade. No Brasil o tema foi amplamente abordado por vários autores, principalmente a partir dos anos 60, com narrativas que retomam a própria história da colonização brasileira. Esse processo é explicado com detalhes nos escritos de João Pedro Stédile2 sobre o tema. [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Julho de 2019

Autor: Vanessa de Jesus Andrade, Felippe Pessoa de Melo, Douglas Vieira Gois e Augusto Cesar Santiago Teixeira

Título: Os dilemas da agricultura familiar frente ao usa de agrotóxicos em Adustina-BA

Resumo: A agricultura é uma das principais atividades do homem para sua subsistência, além disso, a mesma possibilita o desenvolvimento econômico de vários países, como o Brasil, um país considerado agrário. Porém, essa atividade depende de inúmeros fatores para que se desenvolva de maneira adequada e lucrativa, como o clima, os organismos presentes numa dada região e técnicas selecionadas. [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Junho de 2019

Autor: Lara Dalperio Buscioli

Título: As jornadas universitárias em favor da reforma agrária e os direitos humanos: breve análise conjuntural de 2018

Resumo: Este trabalho remete as informações/indagações apresentadas na Conferência de abertura da IV Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária (JURA) da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT) da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP) em Presidente Prudente no estado de São Paulo (SP). A Conferência foi realizada no dia cinco de abril, tendo como título “As Jornadas Universitárias em Defesa da Reforma Agrária e os Direitos Humanos” e a autora do trabalho como conferencista.. [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Maio de 2019

Autor: Angélica Pineda-Silva e Iván Francisco Porraz Gómez

Título: Honduras, breve retrato en la resistencia del Valle del Aguán

Resumo: Este escrito pone de presente la función de transmisión fundamental que tiene el testimonio en el vínculo social; a partir de la construcción de una crónica literaria sobre la activista y defensora de derechos humanos hondureña Irma Lemus Amaya, damos cuenta que entre la memoria individual y la memoria de la historia colectiva hay lazos, vasos comunicantes, no son por tanto dimensiones separadas o desconectadas, sino más bien dimensiones que se retroalimentan. Desde la poética de un acto pertinaz y testarudo, esto es, la insistencia de la verdad del sujeto por medio de su palabra, se vence entonces la política del silencio, aquella instalada como mecanismo de amedrentación en los contextos violentos y las prácticas de guerra. Así, cuando Irma nos comparte su testimonio nos confronta con su verdad, a la vez que nos hace testigos de sus luchas y tragedias. Tanto en el lugar de quienes escribimos este trabajo como de quienes lo leen, se acepta una invitación a la escucha dando la oportunidad a la testimoniante de resignificar y reescribir su historia, misma que ahora también nos pertenece. En la primera parte del escrito encontramos una breve contextualización para entender de manera general la violencia en Honduras; en la segunda sección, podremos leer la crónica literaria construida a partir de la narrativa testimonial e historia de vida de Irma Lemus Amaya. [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Abril de 2019

Autor: Cícero Bezerra da Silva

Título: Conflitos por água no Brasil: panoramas da região semiárida

Resumo: As discussões envolvendo o tema água têm se ampliado nas últimas décadas, não estando, desse modo, dissociadas do modelo econômico vigente e dos diversos interesses que permeiam nossa sociedade. Base da vida, a água foi, paulatinamente, transformada em recurso, dotada de valor econômico e como tal, passou a ser disputada pelos diferentes modelos de sociedade, em diferentes períodos de tempo no decorrer da história humana. [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Março de 2019

Autor: Rosmeri Witcel

Título: As mulheres sem terra na luta do oito de março pelo espaço e território

Resumo: Vamos partir do entendimento de que o ser humano é um ser natural, como Marx já nos ajudou nessa compreensão. O ser humano é parte constitutiva da natureza. Portanto, somos parte da natureza e dependemos dela. Como um aparato biológico, do ponto de vista orgânico, somos natureza. Neste sentido, podemos até pensar a natureza sem o ser humano, mas não podemos pensar o humano sem a natureza. No entanto, este ser é dotado de alguns atributos que os diferenciam dos outros seres vivos da natureza como: a linguagem; a consciência; as ideias e a capacidade de projetar o que queremos construir; a noção de universalidade porque somos capazes de pensar o universo e a noção de liberdade. Estes atributos é que nos distinguem como seres humanos, e estes só existem na relação com a natureza. Assim, chega-se ao entendimento que somos natureza transformada através da socialização. [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Fevereiro de 2019

Autor: Márcia Arteaga Pertuz

Título: Colombia, Tierra y Territorio: del despojo y abandono forzado de tierras a la restituicion

Resumo: Este texto es el resultado de los primeros pasos de una reflexión que ocupa mi interés y el de un número creciente de académicos y otros sectores de la sociedad, por comprender como puede ser abordada la restitución de tierras que tienen lugar en Colombia, en el marco de la Ley 1448 de 2011- Ley de Victimas y de Restitución de Tierras, desde la perspectiva territorial.expansão. [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Janeiro de 2019

Autor: Fagner Lira Bezerra

Título: A dialética do MST como Movimento Socioterritorial

Resumo: Este trabalho tem como objetivo compreender o processo histórico dialético pelo qual passa o MST neste período de 2018. Como instrumento político e como movimento socioterritorial, “têm o território não só como trunfo, mas como elemento essencial para sua existência.” Sendo assim, são movimentos sociais a partir de uma perspectiva geográfica. [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Dezembro de 2018

Autor: Robson de Jesus Ribeiro

Título: Territórios da insegurança: o suicídio decorrente da ingestão de agrotóxicos em áreas rurais em Ribeirão Branco/SP

Resumo: Na última década o Brasil assumiu a liderança global como maior consumidor de agrotóxicos, mesmo não sendo o principal produtor mundial de produtos agrícolas. Isso remonta a meados da década de 1960, quando a modernização na agricultura ganha destaque na agenda dos empresários e governantes através da lógica da expansão. [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Novembro de 2018

Autor: Diego Marcelo de Lima, Onélia Carmem Rosseto e Giseli Dalla-Nora

Título: Os conflitos agrários na Amazônia norte mato-grossense: proteção e degradação socioambiental, resistências e diálogos

Resumo: Desde a revisão do Código Florestal (Lei n.º 4.771/65), que resultou na Lei n.º 12.651/2012, e com os retrocessos políticos e jurídicos no âmbito da demarcação de terras indígenas no país, as áreas protegidas têm sofrido intensamente os impactos das atividades produtivas ilegais e do avanço da fronteira agrícola, inclusive com ocorrência de atuação de grupos criminosos organizados especializados em grandes desmatamentos, garimpos clandestinos, grilagem de terras e pistolagem. A realidade socioespacial denuncia a degradação do ambiente e do ser humano, o acirramento dos antagonismos de classes sociais e o desvirtuamento do papel do Estado, ou seja, a conspurcação do Estado Democrático de Direito e Socioambiental. [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Outubro de 2018

Autor: Lara Dalperio Buscioli

Título: Resistência camponesa no Mato Grosso do Sul: o caso do assentamento São Judas, Margarida Alves e Silvio Rodrigues com as feiras de Rio Brilhante e Maracaju

Resumo: Este trabalho apresenta parte das discussões realizadas na dissertação de
mestrado intitulada “Impactos e Resistências no Processo de Estrangeirização de Terras em Rio Brilhante (MS): O Caso dos Projetos de Assentamentos Federais São Judas, Margarida Alves, Silvio Rodrigues e do Território Indígena Laranjeira Ñanderu”, sob orientação de Bernardo Mançano Fernandes e fomento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Setembro de 2018

Autor: João Paulo de Oliveira Pimenta

Título: Fragilidade ambiental no Pontal do Paranapanema: o agrohidronegócio canavieiro e os impactos socioterritoriais

Resumo: O presente trabalho traz reflexões acerca do histórico do processo de uso e ocupação das terras do Pontal do Paranapanema e seus desdobramentos socioterritoriais a partir da análise da Fragilidade Ambiental desta região. A “Fragilidade Ambiental” é um modelo aplicado para que seja possível observar os
níveis de fragilidade existentes em elementos como o tipo de solo, uso/cobertura, clima e relevo. Assim, as interações entre o meio-natural e as ações humanas interferem e modificam a dinâmica da paisagem, trazendo consequências que se materializam por meio das disputas pelo acesso à água e às melhores terras. [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Agosto de 2018

Autor: Edson Sabatini Ribeiro

Título: Agricultura Familiar e o Crédito Rural: algumas considerações sobre o financiamento público para a agricultura familiar

Resumo: Este artigo apresenta uma discussão teórico-conceitual sobre o financiamento público da agricultura familiar, por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar - PRONAF, trazendo para o debate uma síntese de sua realidade. O embasamento teórico traz alguns pensadores que concedem o suporte filosófico pelo qual se sustentará esse objetivo. Somar-se-á a essa pretensão, apontamentos e estudos elaborados por alguns autores que, direta ou indiretamente, estão relacionados e ajudam na compreensão da questão agrária e seus reflexos no âmbito da pequena produção agrícola, entendendo-a como a agricultura que é praticada pelo camponês brasileiro. [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Julho de 2018

Autor: Daniela Dias de Souza

Título: A violação dos direitos dos povos do campo acriano mediante os projetos de desenvolvimento sustentável

Resumo: O sistema político econômico hegemônico coloca em discussão seus efeitos diretos no modo de vida e produção das populações tradicionais, mesmo que ao longo da história o ciclo de crises do capitalismo tenha causado algumas mudanças em seu modo de acumulação, a desigualdade socioterritorial intrínseca ao modelo do capital é algo que perpetua e se intensifica até as relações atuais ao mesmo tempo que o capitalismo se renova e continua negligenciando o modo tradicional de produção e de vida das populações do campo resultando em uma perpetuação dos conflitos do campo. [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Junho de 2018

Autor: Gabriela Santos, Maria Beatriz Silva e Felippe Melo

Título: Extrativismo no campo: a cultura da pimenta como modelo de desenvolvimento socioeconômico no Tabuleiro de Itapicuru-BA

Resumo: O extrativismo tem se tornado uma das atividades de destaque no âmbito socioespacial, considerando que nem sempre houve técnicas de aperfeiçoamento da produção, para que então propiciasse tal desenvolvimento ao qual se encontra na atualidade. Expressão essa bem visível aos povos nômades no período neolíticos, em que são os pioneiros na disseminação da cultura agrícola, quando descobrem que plantar nas planícies aluviais férteis as margens dos rios Nilo, Tigre e Eufrates, possibilitara a colheita de alimentos seguros, são percebíveis que as técnicas utilizadas não eram as melhores, a exemplo dos sistemas de irrigação que eram rudimentares quando comparados aos da atualidade, mais muito eficaz e moderna para época. [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Maio de 2018

Autor: Lorena Izá Pereira

Título: O processo de estrangeirização da terra na América Latina: o estudo de caso da Argentina

Resumo: Este artigo apresenta reflexões iniciais da pesquisa de doutorado em desenvolvimento intitulada “A apropriação do território Paraguai por argentinos, brasileiros e uruguaios: controle de terras, estrangeirização e resistência camponesa”, no qual o objetivo é compreender como ocorre o processo de controle de terras por estrangeiros, denominado de estrangeirização da terra no Paraguai através da apropriação de terras por agentes sulamericanos, especialmente Argentina, Brasil e Uruguai. Durante a construção da pesquisa, a nossa preocupação, além de entender a dinâmica da estrangeirização da terra no Paraguai, foi compreender como este mesmo processo ocorre nos países de origem dos agentes que controlam o território paraguaio e este artigo surge como resultado desta inquietação, isto significa, entender a Argentina como agente e alvo do avanço da estrangeirização da terra. [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Abril de 2018

Autor: Débora Assumpção e Lima

Título: Economia política a partir das comunidades II

Resumo: Segundo o que já estamos explicando desde ontem, de antes de ontem, estávamos comentando com a comissão de companheiros e companheiras do CCRI2, que acreditamos ser o caminho do que queremos construir, e a pergunta, e por que estamos todos aqui, se não estamos sonhando ou dormindo, então já temos em nossas cabeças o que foi dito, o que já foi reivindicado, falado, pelos companheiros, irmãos. Muitas coisas que já nos disseram do que é a hidra3. E o que temos que fazer contra isso? [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Março de 2018

Autor: Débora Assumpção e Lima

Título: Economia política a partir das comunidades

Resumo: O que vou contar a vocês, contado – não lido, é sobre como era e como é a economia a partir das comunidades, e a partir do capitalismo. Vou falar de como era 30 anos atrás, de uns 20 e poucos anos atrás e de agora. Vou contar essa história em três partes: como viviam as comunidades desde antes, 30 anos atrás; como vivem agora aqueles que não estão organizados como zapatistas e logo depois como vivemos nós como zapatistas agora. [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Fevereiro de 2018

Autor: Editorial

Título: Moção de repúdio aos atos facistas contra a produção do conhecimento científico e crítico

Resumo: Recentemente, têm aumentado ações de perseguição política aos intelectuais comprometidos com as causas populares, principalmente nas instituições de ensino superior. As ações são instauração de Processo Administrativo Disciplinar, abertura de ações do Ministério Público com denúncias, geralmente anônimas, contra cientistas que se posicionam de forma crítica e buscam dar visibilidade aos diversos movimentos socioterritoriais. Consideramos que tais ações possuem características perversas, de cunho fascista, que suprimem a liberdade, criminalizam atividades científicas, perseguem os que lutam contra a desigualdade e pela democracia, representando, portanto, um ataque ao questionamento e à reflexão crítica da realidade. [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Janeiro de 2018

Autor: Guilherme Magon Whitacker

Título: Neoliberalismo, norma e concorrência: temas para entender o desenvolvimento territorial rural sustentável

Resumo: Como bem observou Harvey (2011), as crises são necessárias, pois mantém asncontradições internas da acumulação de capital em equilíbrio. Neste processo de tensão entre a retração e expansão do modo de produção capitalista ocorre uma acelerada destruição socioterritorial como resultado direto da conversão dos elementos que compõem os territórios em mercadoria, como escreveu Harvey (2012), pela acumulação por espoliação. Assim, o atual momento de crise não representa uma estagnação do modo de produção capitalista como pretendem alguns, mas sim uma fase inerente de seu processo de reprodução e acumulação representada, na atualidade, pelo neoliberalismo. [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Dezembro de 2017

Autor: Acácio Zuniga Leite e Sérgio Sauer

Título:Lei 13.465 e o decreto que reduzirá a reforma agrária a um negócio: uma minuta para uma análise

Resumo: No findar de 2016, o Governo Temer publicou a MP 759, cujo conteúdo foi objeto de muitas críticas de movimentos sociais e de pesquisadores que se estudam as políticas governamentais de reforma agrária. Como era esperado, a tramitação da MP no Congresso nacional - que resultou na edição da Lei 13.465, de 2017 -, causou danos maiores com alterações significativas no texto original. [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Novembro de 2017

Autor: Maria Ramona Acuña Duarte e Carlos Maximiliano Macías Fernández

Título: La conflictualidad al conflicto entre campesinado paraguayo y brasiguayos en Guahory (Paraguay)

Resumo: En el corazón de Paraguay, a unos 250 kilómetros de Asunción, en el distrito de Tembiaporã, departamento de Caaguazú, está el punto más caliente del conflicto social de los últimos años en este país. El problema de fondo es el habitual: el territorio. Sus protagonistas son los miembros de una comunidad, la Colonia Guahory, enfrentados al agronegocio de la soja, encarnado en un grupo social diferenciado, los brasiguayos. Es un conflicto de actualidad que ha provocado una gran controversia en el país por las implicaciones que trataremos de explicar, pero del que se cuenta con muy poca información en el exterior. Pudimos acompañar a los jóvenes campesinos de 18 países latinoamericanos que participaron en el curso Cono Sur de la CLOC – Vía Campesina el pasado mes de julio en el Instituto Agro-ecológico Latinoamericano (IALA) Guaraní [1]. Una de las actividades consistió en visitar a esta comunidad para conocer de primera mano el conflicto. [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Outubro de 2017

Autor: Gabriel da Silva Teixeira

Título: "Latifundiários" de São Paulo no Golpe de 64: apoios, projetos e controvérsias

Resumo: Neste texto apresento os esforços de representantes dos grandes produtores rurais paulistas em desarticular a crescente mobilização dos trabalhadores rurais em torno dos direitos trabalhistas e da reforma agrária no contexto dos imediatos pré e pós-64. Antes de ser algo pontual, a repressão mostrou-se generalizada, atingindo diferentes segmentos sindicais e de movimentos sociais rurais em todo o território paulista. De forma geral, os ruralistas sentiam-se ameaçados pelo projeto de reforma agrária, um dos pilares das chamadas Reformas de Base de João Goulart, e pelas crescentes contestações trabalhistas que se avolumavam nas áreas rurais, em função do expressivo processo de sindicalização de trabalhadores rurais, sobretudo após a promulgação do Estatuto do Trabalhador Rural, em 1962. A lei estendia aos trabalhadores rurais a garantia a uma série de benefícios
sociais e trabalhistas, alguns deles já previstos aos trabalhadores urbanos, como salário mínimo, estabilidade no emprego, reconhecimento de instâncias sindicais de associação, assistência médica, etc. [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Setembro de 2017

Autor: Fernanda Aparecida Matheus

Título: Articulação entre superexploração do trabalho e a degradação ambiental na América Latina: as bases de sustentação do agronegócio

Resumo: O intenso processo de propaganda exaltando o agronegócio e suas contribuições para a economia brasileira na atualidade, cumpre dentre outros, o papel de manter velada a lógica de desenvolvimento adotada historicamente no país, atrelada à dinâmica do capitalismo mundial de subordinação das economias dos chamados países periféricos aos chamados países centrais. Para Carcanholo (2009) a América Latina se insere na lógica de acumulação de capital em escala mundial, como uma região com economia dependente dos países centrais. Essa caracterização está baseada na teoria da dependência, cujo um dos precursores é Ruy Mauro Marini. Para esta corrente de pensamento a relação entre países periféricos e países centrais está condicionada por uma situação de antagonismo e complementaridade, onde a condição de desenvolvimento e subdesenvolvimento apresentam características que mesmo contraditórias pertencem à mesma lógica de desenvolvimento no sistema de acumulação de capital em âmbito mundial. [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Agosto de 2017

Autor: Valmir José de Oliveira Valério

Título: O movimento dos alimentos no espaço: o caso do município de Tupi Paulista/SP

Resumo: Atualmente a produção, distribuição e o consumo de alimentos encontram-se submetidos ao crivo do capital, tanto a montante, com a imposição de equipamentos e insumos industriais, como a jusante, quando os preços controlados pelo capital comercial e industrial prejudicam produtores e consumidores. O abastecimento alimentar necessita do encontro entre formas diferenciadas do espaço, nas quais rural e urbano expressam complementaridade e interdependência. Entretanto, esse encontro ocorre segundo diferentes formatações, que implicam no envolvimento de mais ou menos sujeitos (atravessadores), com conteúdos mais ou menos alargados em termos de deslocamento dos alimentos no espaço (transporte e armazenagem) e, em consequência, de deterioração/desperdício, preços e acesso das pessoas aos alimentos, principalmente para as famílias de baixa renda. [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Julho de 2017

Autor: Horário Martins de Carvalho

Título: A questão agrária e o campesinato na Revolução Russa de 1917

Resumo: Para se compreender a questão agrária e o campesinato na revolução russa de 1917, levando-se em conta os principais debates da época e as lições políticas que se poderá inferir para o momento atual, será minimamente necessário que se trate de alguns episódios da transição do regime de servidão dos camponeses, iniciado formalmente em 1649, até o período das socializações da terra que se efetuou na Rússia, a partir da revolução popular de 1917. E, depois, alcançar os nossos dias. [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Junho de 2017

Autor: Marco Antonio Mitidiero Junior

Título: Violência no campo brasileiro em tempos de golpe

Resumo: O golpe político/parlamentar/jurídico/midiático de 2016 violentou a jovem democracia brasileira. A opção eleitoral de milhões de brasileiros foi sumariamente descartada ao passo que setores da elite nacional e do capital internacional arquitetaram a tomada do poder pelo viés de um golpe parlamentar alicerçado nas duas casas legislativas: Câmara e Senado. Deputados e senadores da legislatura 2014-2018, os quais formam o congresso mais conservador desde o golpe militar de 1964, sem temor e com retumbante tranquilidade, imputaram à presidente da República, Dilma Rousseff, um crime de responsabilidade que ela não cometeu, pelo menos na forma da acusação e de suas consequências. Como típico de um golpe, ele foi acompanhado da violência da mentira, da covardia, da difamação, do lobby, da corrupção, etc.; porém, a despeito das várias dimensões que o conceito de violência pode significar, o sentido mais concreto do conceito, que é a violência contra a vida, parece ter ganhado liberdade para acontecer, sobretudo no campo brasileiro diante da conjuntura de usurpação da democracia. [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Maio de 2017

Autor: Fábio Ferreira Santos

Título: A questão agrária em pauta: a luta pela terra e seus impactos no território do Alto Sertão Sergipano

Resumo: A construção do conhecimento respalda na maneira de adentrarmos no campo da ciência a fim de desvelar as contradições presentes num determinado objeto de pesquisa. Nesse sentido, analisar a luta pela terra e seus impactos no território do alto sertão sergipano requer uma leitura consistente sobre a produção do espaço agrário em questãoNesse âmbito, percebemos que é necessário entender os conflitos e resistências camponesas nesse território, para que as contradições possam ser desveladas e o entendimento sobre a luta pela terra seja compreendido em sua totalidade. Assim, compreender o território do alto sertão sergipano é, sem dúvida, buscar descortinar o processo de formação e ocupação do espaço agrário sergipano. Nesse bojo, o processo fundiário torna-se essencial para entendermos os conflitos e resistências do campesinato e, principalmente, para que possamos explicar os impactos socioterritoriais da luta pela terra. [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Abril de 2017

Autor: Lorena Izá Pereira

Título: Liberação na aquisição de imóveis rurais por estrangeiros no Brasil e o controle das terras

Resumo: A partir de 2007/2008 se intensificou em escala global uma corrida por terras, também chamada pelos acadêmicos de land grabbing, acaparamiento de tierras, controle de terras e estrangeirização da terra. Com o avanço deste processo, consequentemente surgiu uma corrida acadêmica sobre o mesmo, o que Sauer e Borras Jr. (2016) intitulam de ‘corrida mundial na produção acadêmica’. As primeiras pesquisas, na fase que Edelman, Oya e Borras Jr. (2013) identificaram como fase ‘making sense’, ou seja, a fase do ‘fazendo sentido’, em um tradução livre, apontavam que países ditos desenvolvidos adquiriam terras em países ditos em desenvolvimento ou subdesenvolvidos com o intuito de garantir sua segurança alimentar. Atualmente isso já não faz sentido, porque a corrida mundial por terras foge da lógica “Norte, rico e apropriador” e “Sul, pobre e apropriado”. [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Março de 2017

Autor: José Ribamar Gomes de Sousa

Título: Nas linhas do território: entre o paradigma da questão agrária e do capitalismo agrário - a inserção do PAA como mecanismo articulador do território na construção da territorialidade camponesa

Resumo: Dentro de uma perspectiva contemporânea estruturante tomando como base o processo histórico de articulação agrária nacional, a dinâmica de modificação dos moldes sociais, econômicos, agrários e territoriais passa a ser regida mediante uma articulação entre as múltiplas esferas que põem em evidência as relações econômicas como formas de articulação a partir de jogos de interesses comandados pelo domínio das grandes produtoras integradas com finalidades distintas de ter-se uma demanda territorial e econômica dominante de mercado. [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Fevereiro de 2017

Autor: Ana Paula Lopes de Souza Correia

Título: O desenvolvimento do capitalismo no meio rural e suas consequências para o campesinato

Resumo: O objetivo desse texto é fazer uma exposição acerca das principais ideias do pensamento teórico voltado à questão agrária, e mais especificamente ao campesinato, a partir de autores que procuraram compreender as especificidades da sociedade agrária e as consequências vivenciadas no campo, decorrentes do desenvolvimento do capitalismo no meio rural. A literatura acerca do tema é bastante vasta e permite uma apreensão das particularidades do campesinato e diferentes interpretações da realidade. Essa reflexão será feita a partir do debate paradigmático, no tocante ao desenvolvimento da agricultura no capitalismo, considerando as ideias do paradigma da questão agrária e do paradigma do capitalismo agrário. [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Janeiro de 2017

Autor: Nayane Ruth M. de Figueiredo

Título: Análise dos efeitos do programa nacional de alimentação escolar sobre o território da agricultura camponesa na Paraíba

Resumo: A agricultura familiar gera mais de 80% da ocupação no setor rural e responde no Brasil por sete de cada 10 empregos no campo e por cerca de 40% da produção agrícola. Atualmente, a maior parte dos alimentos que abastecem a mesa dos brasileiros vem das pequenas propriedades. A agricultura familiar favorece o emprego de práticas produtivas ecologicamente mais equilibradas, como a diversificação de cultivos, o menor uso de insumos industriais e a preservação do patrimônio genético (CONAB, 2015). [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS -Dezembro de 2016

Autor: Maria Clyvia Martins dos Santos

Título: Espaço e território: breves considerações

Resumo: Este trabalho apresenta uma breve discussão das categorias espaço e território, conceitos chaves da ciência geográfica e que comumente são confundidos. Nos trabalhos acadêmicos é comum encontrar uma confusão na utilização dos conceitos dessas duas categorias, muitas vezes apontados como sinônimos. A compreensão dos conceitos e categorias presentes em um trabalho científico são de fundamental importância. O conceito é uma referência direta ao objeto, é como um símbolo que o representa, é assim, uma definição do objeto. Dessa forma é imprescindível a existência de conceitos bem definidos. Os conceitos utilizados esclarecem o tema e possibilitam o desenvolvimento de uma redação bem elaborada. [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Novembro de 2016

Autor: Maria Messias F. Lima

Título: Crítica a economia política do desenvolvimento territorial rural

Resumo: As mudanças no campo decorrentes da expansão do capital fizeram emergir, nos anos 2000, principalmente nos discursos dos teóricos do capitalismo agrário a concepção do Desenvolvimento Territorial Rural - DTR. Dessa forma o rural perpassa o setorial e expande a natureza das relações capitalistas através da abordagem territorial. Esse conceito só pode ser compreendido através da lógica da acumulação capitalista que necessita de novos mercados e novas áreas para sua exploração como uma condição necessária para a reprodução ampliada do capital. Entretanto o próprio capital encontra limites para sua realização, revelando as contradições do próprio sistema. [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Outubro de 2016

Autor: Claudemir Martins Cosme

Título: Reforma Agrária no Brasil no século XXI: qual reforma agrária?

Resumo: O ano é 2016 e já se passou mais de meio século do início do debate efetivo acerca da reforma agrária no Brasil, tomando como marco as discussões e propostas no bojo da elaboração da Constituição Federal de 1946 e as lutas das Ligas Camponesas por uma reforma agrária verdadeiramente camponesa, entre meados da década 1940 e os anos 1960. Nesse período de mais de 50 anos, diversas leis e planos foram construídos, a exemplo do Estatuto da terra de
1964, I Plano Nacional de Reforma Agrária de 1985, Constituição de 1988, Lei Agrária de 1993 e do II Plano Nacional de Reforma Agrária, em 2003. Entretanto, a história e a realidade do campo brasileiro do século XXI não deixam dúvidas: foram leis e planos que não saíram do papel. Ao contrário, historicamente o Estado, nos distintos períodos e através dos diferentes governos, optou pelo modelo agrário/agrícola latifundista, hoje transmutado de agronegócio, em detrimento do campesinato. Opção que se concretizou, consequentemente na execução continuada de uma contrarreforma agrária no país. [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Setembro de 2016

Autor: Maritania Andretta Risso

Título: A possibilidades de construção de resistências usando arte com sementes: apontamentos sobre a experiência do MST

Resumo: O presente artigo aborda o debate da arte com as sementes, buscando relacionar aspectos acerca do conceito da arte engajada, desenvolvida por volta dos anos de 1960, no Brasil. A problematização se dá na busca por referências que contribua para a criação de uma identificação para a construção estética das sementes crioulas, desenvolvida em Tepoztlán - México e nas áreas de assentamentos do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Brasil. Neste sentido, busca-se desenvolver um paralelo entre as duas formas de arte, na tentativa de identificar quais seriam as referências históricas em relação à arte das sementes”. [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Agosto de 2016

Autor: Marcela Cecília Marín

Título: De lo comunitario como territorio a territorios comunitarios: resistencias a la megaminería en la Cordillera, Meseta y Costa de Chubut, Patagonia Argentina

Resumo: El presente trabajo se desprende del cursado de Teoría de los Territorios y de la Cuestión Agraria, dictado por el Prof. Dr. Bernardo MançanoFernandes, (UNESP-PP, Brasil), desde abril hasta agosto de 2015. Durante el cursado de la asignatura y en cada uno de los coloquios en los que participamos hemos intentado proponer una reflexión a partir de preguntas que se desprenden de nuestro proceso de investigación, en el marco del Doctorado en Letras en curso (UNC, Argentina). Desde una perspectiva sociodiscursiva y bio(tánato)política, nos focalizamos en el avance del modelo megaminero en la cordillera, meseta y costa de la provincia de Chubut. Indagamos sentidos en disputa atribuidos a rozamientos, cruzamientos, toques, modos de hacer lazo entre intervenciones comunitarias e intervenciones territoriales, en el marco de una asimétrica conflictividad social por el avance de este modelo extractivo en la provincia. [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Julho de 2016

Autor: Francilane Eulália de Souza, Gisele Leite Bibiano, Tainara Alves de Jesus Abe, Daniela Lopes Rocha e Cássia Betânia Rodrigues dos Santos

Título: Panorama do fechamento de escolas no campo do estado de Goiás de 2007 a 2015

Resumo: A escola é um dos instrumentos de existência do campesinato, visto que ela, como instituição social, reflete, dentre outros, os valores, os anseios e as perspectivas da sociedade que detém o poder. Em vista disso, ela não é um aparelho neutro, cuja intencionalidade seja inexistente. Muito pelo contrário, é um instrumento político. É também no espaço escolar que se preparam indivíduos para a sociedade. Nessa circunstância, a educação pode tornar-se importante meio de controle social. Concordamos com Gutiérrez (1988) quando argumenta que “desde os professores até o desenvolvimento curricular, desde a seleção de livros de texto até as metodologias utilizadas, toda a prática pedagógica, enfim, está impregnada e saturada da ideologia dominante”. [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Junho de 2016

Autor: Fernanda Aparecida Matheus

Título: A questão agrária e a luta pela reforma agrária no Paraguai

Resumo: A estrutura fundiária na América Latina se constituiu historicamente baseada na concentração das terras pelo latifúndio, expropriando uma grande massa de camponeses e indígenas do direito a terra, submetendo-os a situação de pobreza e miséria. Berlanga e Bórquez (2014) analisam a estrutura fundiária do território latino-americano, na atualidade, destacando que a concentração das terras nesta região é o mais alto entre os cinco continentes, apresentando um índice de Gini de 0,81%. Os autores fazem a caracterização a partir dos seguintes dados: os produtores com menos de 10 hectares (ha), representam 70,78% e possuem 4,31% da superfície, com uma média de 2,65 ha; os produtores entre 10 e menos de 100 ha são 24,08% e ocupam 13,53% da superfície, com média de 24,43 ha; os produtores com 100 e menos de 1.000 ha são 4,40% e possuem 29,20% da superfície, com média de 288,45 ha e os que têm 1.000 ha ou mais representam 0,73% e são donos de 52,96% da superfície, com média de 3.150 ha. Neste último grupo há produtores com áreas iguais ou superiores a 20.000 ha. [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Maio de 2016

Autor: Eloísa A. Cerino Rosa Lima

Título: Territórios paradigmáticos: breve análise para compreensão das propostas do Paradigma da Questão Agrária (PQA) e Paradigma do Capitalismo Agrário (PCA)

Resumo: O presente trabalho tem por objetivo fazer uma breve discussão sobre o que se entende por “paradigmas”, para compreender e registrar as teorias defendidas pelos paradigmas do capitalismo agrário (PCA) e da questão agrária (PQA). Do ponto de vista metodológico optamos por uma revisão bibliográfica de três autores contemporâneos: Campos e Fernandes (2013) e Felício (2011; 2014), que abarcam alguns dos principais autores que discutem tais pressupostos. A discussão se dará a partir da proposta elaborada por Thomas Samuel Kuhn, em 1962, afirmando que o conceito de paradigma é utilizado nas mais diversas áreas do conhecimento, sendo amplamente empregado e suscetível a múltiplas interpretações e leituras. [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Abril de 2016

Autor: Horácio Martins de Carvalho

Título: Camponeses e a necessária busca do tempo perdido

Resumo: Os camponeses no Brasil têm vivenciado um processo histórico que tem sido marcado pela sua continua subalternidade aos interesses das classes dominantes, sejam aqueles do período imperial que outrora se caracterizou pelo exercício do poder patrimonial das minorias durante o regime de sesmarias, sejam os outros interesses da classe dominante no âmbito da democracia burguesa pelo poder que as diversas frações da burguesia nacional e estrangeira exercem. São poderes de classe - os de outrora e os atuais, que lhes facilita a exploração dos camponeses do país. [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Março de 2016

Autor: Rogério Rego Miranda e Marcos Alexandre Pimental da Silva

Título: Das agroestratégias aos eixos territoriais do agronegócio no estado do Pará

Resumo: A Amazônia apresenta em sua paisagem indícios de mudanças substanciais face ao processo de inserção internacional de empresas ligadas ao agronegócio. Nesse contexto, como já advertira Almeida (2010), são elaboradas verdadeiras agroestratégias, “acionadas pelos interesses vinculados aos agronegócios, com o fim de expandir seu domínio sobre amplas extensões de terras no Brasil” (ALMEIDA, 2010, p.101), principalmente por meio da intensificação de “(...) medidas que objetivam remover obstáculos jurídico-formais e político-administrativos, que reservam áreas para fins de preservação ambiental ou para atender a reivindicações de povos e comunidades tradicionais” (ALMEIDA, 2010, p.117), resultando em ondas diversas e heterogê neas de desterritorialização na Amazônia. [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Fevereiro de 2016

Autor: Juan Gabriel Contreras Zapata

Título: Tradición oral, negridad y política de la significación del espacio geográfico en el Pacífico colombiano. Algunos nexos desde las nociones de ideologia y hegemonía

Resumo: La presente disertación está orientada, en términos generales, por la pregunta acerca de las relaciones inmanentes que se tejen entre política, construcción identitaria y espacio geográfico. Para pensar estas relaciones, elegí indagar las formas culturales de la gente negra del Pacífico colombiano, particularmente en sus articulaciones con los registros que conforman su oralidad. Así, en primera instancia, esbozo a grandes rasgos algunas especificidades del Pacífico colombiano, reconociéndolo como un espacio acuático, para luego señalar la importancia que reviste la tradición oral dentro de los procesos de remodelaje constante de la identidad y la memoria colectiva de las poblaciones negras que habitan esta región del país.SP). [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Janeiro de 2016

Autor: Lorena Izá Pereira

Título: Estrangeirização da terra no Paraguai: migração de camponeses e latifundiários brasileiros para o Paraguai

Resumo: Este trabalho é oriundo das primeiras reflexões do projeto de mestrado intitulado “A presença brasileira e argentina na aquisição de terras no Paraguai: impactos e resistências”, em desenvolvimento no Programa de Pós-Graduação em Geografia (PPGG), da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT/UNESP), campus de Presidente Prudente, junto ao Núcleo de Estudos, Pesquisas e Projetos de Reforma Agrária (NERA) e financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Dezembro de 2015

Autor: Paulo Adriano Santos da Silva

Título: Território: abordagens e concepções

Resumo: O referido texto é fruto dos debates da disciplina Teoria dos Territórios e da Questão Agrária, ministrada pelo Professor Dr. Bernardo Mançano Fernandes, no Programa de Pós Graduação em Geografia da Universidade Federal de Sergipe. Os debates e provocações gerados no transcurso da disciplina foram essenciais na leitura e no processo de entendimento sobre a teoria dos territórios e no debate paradigmático, refletindo sobre as disputas/conflitos territoriais entre o Campesinato e o Agronegócio, que permeia o velho tema atual da Questão Agrária brasileira. Entretanto, vamos nos ater a discutir apenas as concepções de território e suas
intencionalidades no referido texto. [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Novembro de 2015

Autor: Horácio Martins de Carvalho

Título: Lutas sociais do campesinato na contemporaneidade no Brasil

Resumo: O campesinato brasileiro sempre viveu e ainda vive num ambiente de constante conflitualidade social onde a característica fundamental é a tentativa constante dos latifundiários e dos empresários capitalistas no campo de se apropriarem das terras e dos territórios dos camponeses. Não há paz, até porque a lógica expansionista do capital induz os empresários capitalistas à apropriação privada das terras devolutas e das públicas, assim como de todas as demais terras privadas que não estejam direta ou indiretamente sob seu controle político e econômico. Nessas circunstâncias as lutas sociais camponeses fazem parte, ainda que a contragosto, do cotidiano camponês. [leia mais]

 

 

ARTIGO DO MÊS - Outubro de 2015

Autor: Reuel Machado Leite

Título: Territórios (i)materiais e agroecologia

Resumo: Utilizando como recurso a análise de duas teses de doutorado em geografia, o presente artigo busca trazer elementos para debatermos os territórios imateriais formados a partir do pensamento agrário e como estes constituem poderes explicativos sobre a agroecologia por meio da ciência geográfica. Portanto, inicialmente debateremos acerca do que seria paradigma e qual o sentido que o estamos empregando aqui, partindo da reflexão de dois autores seminais neste debate: Fleck e Kuhn. [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Setembro de 2015

ARTIGO I
Autor:
Rodolfo de Souza Lima

Título: Resistência e subordinação nos processos de contrarreforma agrária de mercado em Presidente Prudente

Resumo: Este artigo visa evidenciar um território camponês endividado, um território forjado por uma série de mecanismos conduzidos pelo capital e que mantêm o controle sobre ele. Trata-se de um empreendimento do Banco da Terra, localizado em Presidente Prudente-SP que abarca 41 famílias. Temos em vista promover a crítica a este modelo mercadológico, a partir do movimento do real, ou seja, a partir da precariedade da famílias seja do ponto de vista material ou imaterial, dos conflitos e da exploração, valorizando as formas de resistência empregadas por estes camponeses, pois são fundamentais na luta contra o capital. [leia mais]

 

ARTIGO II
Autor:
Valmir José de Oliveira Valério

Título: Mercados institucionais como alternativa para o fortalecimento dos mercados locais de alimentos: o caso do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) no município de Tupi Paulista-SP

Resumo: O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) constitui um importante elemento de dinamização e fortalecimento da produção alimentar na escala local. Instituído pelo artigo 19 da Lei 10.696, de 2 de julho de 2003 e regulamentado pelo Decreto nº 4.772, de 2 de julho de 2003, alterado posteriormente pelo Decreto nº 5.873, de 15 de agosto de 2006, o Programa é atualizado ainda por diversos outros Decretos[1] (MDS, 2014). O PAA busca promover o acesso aos alimentos para as populações consideradas em situação de insegurança alimentar e nutricional, além de proporcionar a inclusão social e econômica por meio do fortalecimento da agricultura familiar. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS, 2014), o Programa contribui também para a formação de estoques estratégicos e abastecimento do mercado institucional de alimentos, no qual são contempladas as compras governamentais de alimentos. [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Agosto de 2015

Autor: José Martín Bageneta

Título: Territorio, agronegocio y cooperativas: el caso de la Union Agricola Avellaneda (Santa Fe, Argentina), 1990-2010

Resumo: El objetivo de este trabajo es describir y analizar las representaciones y acciones de la cooperativa Unión Agrícola Avellaneda (UAA) - Santa Fe, nordeste argentino -, ante el modelo socio-productivo del agronegocio, que tuvo su inserción y auge en la región del Gran Chaco Argentino (GChA) desde fines de 1990 hasta la actualidad. Se considera al agronegocio bajo una doble faz complementaria: a) modelo agrario dominante (y que por lo tanto construye un determinado territorio material); b) como productor y reproductor de un discurso legitimante (territorio inmaterial). [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Julho de 2015

Autor: Juan Sebastian Bobadilla Molina

Título: El debate paradigmatico y la economia campesina en Colombia

Resumo: El análisis de la cuestión agraria pasa fundamentalmente por entender 1. Los conflictos y tensiones por los usos, formas de tenencia y posesión de la tierra; y 2. Las formas como una sociedad organiza la producción y el trabajo para reproducir su existencia. Un estudio certero sobre la cuestión agraria debe partir de comprender las formas dominantes de organización de la producción y el trabajo en el campo, así como comprender las formas de organización alternas, que se reproducen en un contexto de dominación, pero que mantienen sus lógicas propias de funcionamiento. La economía campesina aparece como campo privilegiado de análisis sobre la cuestión agraria, pues a partir de allí se denotan la confrontación entre lógicas, formas de organización del trabajo, tecnologías y consecuentemente, modelos de desarrollo en el campo. [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Junho de 2015

Autor: Felippe Pessoa de Melo e Rosemeri Melo de Souza

Título: Reterritorialização do espaço agrário pernambucano, a partir de políticas públicas governamentais em Garanhuns-PE: erradicação do café e implantação da bacia leiteira

Resumo: O presente artigo é fruto de reflexões realizadas na disciplina Seminários de Temas Específicos, ofertada pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia/PPGEO da Universidade Federal de Sergipe/UFS, ministrada pelo professor visitante Dr. Bernardo Mançano Fernandes. No transcorrer da disciplina, o docente apresentou e debateu uma nova proposta de classificação territorial, a tipologia do território, com três ordens de classificação. A primeira, ou o primeiro território, representa o espaço de governança; o segundo, a propriedade, mesmo havendo disputas; o terceiro caracteriza-se pela fluidez, sentido do fluxo no transcorrer do tempo. A tríade conceitual supracitada, pode apresentar-se de forma material ou imaterial. [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Maio de 2015

Autor: Laiany Rose Souza Santos e Josefa de Lisboa Santos

Título: A Soberania Alimentar: construção política desde a organização das mulheres camponesas

Resumo: Este artigo é fruto de um pensamento construído de forma coletiva, em meio principalmente aos debates na disciplina “Tópicos Especiais em Estudos Agrários: Teorias dos territórios e da questão agrária”, ministrada pelo professor Bernardo Mançano Fernandes, no Núcleo de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal de Sergipe, no primeiro semestre de 2014.
Mediante os debates e leituras, alguns tópicos de estudo ficaram em evidência surgindo questionamentos sobre método, metodologia, teorias do território e Soberania Alimentar como um território, portanto, a intenção desse artigo é apresentar a importância da organização das mulheres camponesas na construção do território agroecológico, como espaço de poder, do exercício da autonomia e de mudanças sociais significativas, para a construção da Soberania Alimentar
conceitos. [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Abril de 2015

Autor: Jecson Girão Lopes

Título: Entrando e saindo do território: o território como práxis humana, notas para discussão

Resumo: Já está mais do que estabelecido, pelo menos é o que vislumbramos no curso da ciência geográfica atual, quer seja por relação de poder, legitimidade, por conflitividade, desenvolvimento histórico, ou em última instância por consenso, que os principais conceitos de análises da Geografia são: espaço, paisagem, região, lugar e território. Estes cinco conceitos figuram como lastros conceituais da ciência aqui em questão, ao ponto de alguns chegarem a dizer, que necessariamente, um desses conceitos devam figurar em qualquer que seja a pesquisa geográfica, sob pena de se negar o caráter geográfico de tal pesquisa, caso não se aprecie um dos tais conceitos. [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Março de 2015

ARTIGO I
Autor:
Genivânia Maria da Silva

Título: As transformações no campo brasileiro: modernização da agricultura e desenvolvimento territorial rural

Resumo: Como resultado do desenvolvimento da tecnificação e do avanço do processo ávido do capitalismo no campo, há desde as últimas décadas do século XX, o fomento e estímulo de várias pesquisas acadêmicas pretendendo analisar as transformações nas relações de produção e de trabalho no campo brasileiro, bem como, a difusão do discurso de desenvolvimento territorial rural. O estudo geográfico do território permite entender relações de poder, conflitos sociais e lutas de classe pelo controle dos espaços de reprodução, denotando as configurações do espaço agrário via movimento dos camponeses e latifundiários. [leia mais]

 

ARTIGO II
Autor:
Ingrid Michelle Coelho Sampaio Félix

Título: O campo em questão: o debate a cerca dos paradigmas agrários a partir do entendimento de território

Resumo: O trabalho realizado tem por objetivo um debate teórico em torno do que se entende por território, para entender os paradigmas da questão agrária e do capitalismo agrário. Entender os tipos de territórios e as disputas territoriais é fundamentalmente importante para a construção deste ensaio. Este trabalho parte de observações e leituras realizadas sobre as territorialidades destacadas por Bernardo Mançano Fernandes, que se formam a partir dos processos de lutas, nesse caso lutas pela constituição de outros territórios, territórios campesinos. [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Fevereiro de 2015

Autor: Leandro Nieves Ribeiro

Título: Os territórios, a Via Campesina no Brasil e o conceito de movimento socioterritorial

Resumo: Neste artigo buscamos relacionar o conteúdo apreendido na disciplina "Teoria dos territórios e da questão agrária" e o tema de pesquisa relacionado a Via Campesina. Dessa forma, centramos nossa analise em relação ao conceito de movimentos socioterritoriais buscando verificar a validade deste conceito frente aos movimentos articulados da Via Campesina no Brasil. A relevância dessa escolha deve-se a três inquietações frente ao conceito de movimento socioterritorial: primeiro, pelo diferencial da Via Campesina em constituir-se como um movimento articulador de outros movimentos camponeses, segundo, pela escala (internacional) de luta do movimento e, terceiro, pelo projeto contra-hegemônico que o movimento busca construir. [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Janeiro de 2015

Autor: Ana Lúcia Teixeira

Título: Território da vida camponesa: assentamento Nova Conquista-SP

Resumo: As discussões apresentadas neste artigo têm por objetivo subsidiar a pesquisa sobre o campesinato no assentamento Nova Conquista, localizado em Rancharia/SP. Conduziremos nossas reflexões na tentativa de construir a partir de Raffestin, Saquet e Fernandes uma abordagem do conceito de território, que nos auxilie no momento de analisar o arranjo territorial do assentamento em diferentes escalas e dimensões, buscando atingir as primeiras necessidades do projeto: “geografia da vida camponesa” apresentado ao programa de pós graduação em geografia da FCT/UNESP. [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Dezembro de 2014

ARTIGO I
Autor:
Hellen Charlot Cristancho Garrido

Título: Territorios campesinos desde abajo, entre las viejas y nuevas disputas, una alternativa: el caso de las Zonas de Reserva Campesina en Colombia

Resumo: Este artículo presenta una serie de reflexiones desarrolladas en el marco de la disciplina “Teoría de los territorios y la cuestión agraria” orientadas a fortalecer el soporte teórico metodológico de la investigación sobre el proceso de constitución y funcionamiento de las zonas de reserva campesina (ZRC) en Colombia. El texto está organizado en tres apartados. Inicialmente, se parte de la conceptualización sobre territorio y las teorías de territórios realizadas por Fernandes (2005; 2008; 2009), Haesbaert (2004; 2007) y Saquet (2007; 2009), para formular que en el caso colombiano existe una conflictiva teorización sobre el territorio, entre quienes han apropiado el denominado “enfoque territorial” o desde arriba, en uma alusión a las políticas públicas soportadas en ese enfoque, y las construcciones sobre território que en los últimos años aparecen como bandera de lucha de algunos movimientos sociales em el país y específicamente del movimiento campesino que agrupa las ZRC. El segundo apartado, presenta una lectura de la cuestión agraria, entendida como contradicción estructural del capitalismo, cuya novedad para el caso colombiano, son las formas de territorialización del capital, asociadas al desarrollo extractivista; así como las nuevas estrategias de territorialización de la resistencia. Finalmente, se retoma la tipología sobre territorios y el concepto de movimiento socioterritorial planteados por Fernandes (2005; 2008; 2013), para analizar la Asociación de Zonas de Reserva Campesina (ANZORC) como un movimiento socioterritorial. [leia mais]

 

ARTIGO II
Autor:
Marilia Andrade Fontes

Título: Mundialização da luta camponesa: agroecologia e soberania alimentar como território

Resumo: O objetivo desse artigo é realizar um ensaio teórico refletindo as teorias dos territórios a partir da realidade vivida pelos camponeses no Sul de Sergipe, que se organizam em rede de agroecologia “camponês a camponês” e lutam por soberania alimentar. Ao situar a disputa territorial que existe no Sul de Sergipe, busco compreender o que é esse território, como ele é produzido e quais as relações de poder existentes. O desenrolar da questão agrária no Brasil é contraditório e combinado. Portanto avança produzindo relações especificamente capitalistas, e também, contraditoriamente, as relações camponesas de produção à margem dos impérios agroalimentares mundiais como uma resposta de resistência ao impacto da agricultura capitalista controlada pelos monopólios e à globalização econômica. [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Novembro de 2014

ARTIGO I
Autor:
Marine Dubos-Raoul

Título: Disputas territoriais na fronteira agrícola do setor sucroenergético na região sul do Mato Grosso do Sul: uma região emblemática da mudança territorial

Resumo: O presente trabalho tem como objetivo entender as repercussões da territorialização do setor sucroenergético em novas regiões e territórios locais que recebem, não sem reagir, o agronegócio canavieiro. Primeiramente, serão discutidas as mudanças paradigmáticas que nos permite entender as evoluções atuais tanto na organização social no campo quanto aos paradigmas que levam o próprio setor sucroenergético à expansão atual. Buscaremos analisar, a partir da abordagem territorial, como se realiza a expansão do setor no território brasileiro e, assim, quais são os tipos de relações no espaço que o agronegócio cria. Por fim, trataremos das disputas territoriais ocorridas na região sul de Mato Grosso do Sul, como consequência do processo de dominação e apropriação do espaço pelo setor sucroenergético e como elemento inerente à construção territorial, ou seja, um bom indicador para analisar a repercussão da implantação do setor nos territórios locais. [leia mais]

 

ARTIGO II
Autor:
Rafael de Melo Monteiro

Título: Por uma abordagem territorial multidimensional: a renda da terra e a cultura como componentes da produção territorial

Resumo: O território é formado/produzido em determinado momento histórico e em determinada porção do espaço geográfico. Essa produção ocorre por classes/grupos sociais/sujeitos em relações entre si e com a natureza tornada espaço (a primeira ou a segunda natureza). Mais do que um espaço de governança, o espaço de administração de um Estado-nação, dos estados e dos municípios; mais do que área para aplicação de políticas públicas, o território desdobra-se em distintas escalas e apresenta diferentes dimensões. Por isso, considera-se que o território é multiescalar (Estado, municípios, propriedades, territórios móveis que são os sujeitos sociais) e multidimensional (abrange a política, a cultura, a economia e a natureza). [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Outubro de 2014

ARTIGO I
Autor:
Jones Dari Goettert

Título: Colonos, migrantes e indígenas: "fragmentos" para multiplicidades

Resumo: Otexto apresenta um ensejo simples: partindo de fragmentos recolhidos em observações, anotações e produções (orais e imagéticas) de campo, apresentar outras possibilidades de compreensão de vidas colonas, migrantes e indígenas. A opção pelos fragmentos é justificada pela condição que oferece de exposição destituída – pelo menos parcialmente – de apriorismos, podendo trazer à tona o inesperado e o inusitado, ou seja, conexões ainda não estabelecidas. À escolha por fragmentos segue uma narrativa também incomum, privilegiando mais “aberturas” que “fechamentos”: reafirmar menos o que são colonos, migrantes e indígenas, rasurando as marcações identitárias tradicionais e construindo olhares para a multiplicidade. Fragmentos, como pedaços, estão sempre à deriva, possibilitando uma condição nada fixa, pois passível de reajeitar-se a cada novo movimento. Nesse sentido, é-nos impossível explicar os fragmentos (nem agora, nem no meio e nem depois), uma vez que redundaria em uma contradição em si deste texto; o que propomos, metodologicamente, é justamente o contrário, que, a partir de um certo “caos”, outras e novas leituras (análises?) emerjam, pensando colonos, migrantes e indígenas por aberturas múltiplas (multiplicidades) e não por fechamentos idênticos (identidades). [leia mais]

 

ARTIGO II
Autor:
Estevan Bartoli

Título: Territórios e territorialidades urbano-ribeirinhas em Parintins (AM)

Resumo: Objetivamos no presente texto levantar questões para análise das manifestações de variados embates e territorialidades no espaço intra-urbano de uma cidade ribeirinha, tomando os estudos realizados na cidade e Parintins (AM) como ilustrativos na constatação de novas territorialidades, partindo da análise de formas de produção do espaço urbano (ocupações irregulares) e as territorialidades que os grupos reconstroem, onde as práticas espaço temporais, consideradas como mobilizações coletivas, estabelecem redes colaborativas e espaciais para suas manutenções, tendo no espaço geográfico aspectos recursivos ligados a elementos da cultura ribeirinha sendo reproduzidos diferencialmente no espaço urbano. [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Setembro de 2014

Autor: Valmir José de Oliveira Valério

Título: A soberania alimentar e o uso dos territórios: paradigmas alimentares em questão

Resumo: O debate sobre a questão da produção e distribuição alimentar enseja pensarmos quais os sujeitos e territórios responsáveis pela consolidação de diferentes paradigmas alimentares, assim como quais os beneficiários da atual conformação sócio-territorial de produção e distribuição de alimentos. Submetidos ao deslocamento no espaço, os alimentos assumem distintos significados, o que pode ser analisado de diferentes maneiras de acordo com o estilo de pensamento ou paradigma adotado. Desta forma, utilizamos o termo paradigmas alimentares para caracterizar diferentes propostas de produção e abastecimento alimentar, passíveis de serem analisadas a partir dos conceitos de segurança e soberania alimentar, adotados por diferentes paradigmas que compõe o debate paradigmático. [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Agosto de 2014

Autor: Guilherme Marini Perpétua

Título: Territórios e territorialidades em conflito: apontamentos para uma conceitualização centrada no trabalho e no espaço rural

Resumo: Este artigo tem por objetivo apresentar elementos para uma conceitualização de território e de territorialidade que tenha como foco a relação contraditória entre capital e trabalho, esteio estruturante do edifício social do capital. Para tanto, o artigo analisa também o debate paradigmático derivado dessa contradição e replicado no plano do pensamento e, por fim, aponta em que medida a dimensão territorial da realidade pode ser uma dimensão privilegiada do desvendamento dos antagonismos e contradições sociais.[leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Julho de 2014

Autor: Lorena Izá Pereira

Título: Desenvolvimento territorial e políticas públicas no rural brasileiro: debate paradigmático entre agronegócio e campesinato

Resumo: Este artigo é fruto de um trabalho inicialmente publicado no VI Simpósio sobre Reforma Agrária e Questões Rurais, realizado no município de Araraquara em maio de 20141. O principal objetivo deste artigo é realizar uma leitura paradigmática do desenvolvimento territorial rural no Brasil. Para o alcance de tal objetivo debateremos os conceitos de território, conflitualidade, disputa territorial, campesinato e agronegócio. Para a leitura partimos de dois paradigmas fundamentais, pois esses constroem leituras distintas sobre o desenvolvimento territorial no campo: o Paradigma do Capitalismo Agrário (PCA) e o Paradigma da Questão Agrária (PQA). [leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Junho de 2014

Autor: Fábio Luiz Zeneratti

Título: O debate paradigmático na Geografia Agrária: divergência e convergências na abordagem territorial

Resumo: Neste ensaio propomos uma reflexão sobre a categoria território em suas múltiplas dimensões e escalas, para tanto, o debate em torno da conflitualidade é inerente a este debate e será a partida e a chegada. No campo das disputas territoriais, o imaterial e o material serão conceitos aqui abordados, assim como o de Tipologia de Territórios. As contribuições empíricas aqui apresentadas fazem parte da nossa vivência cotidiana e de diversos trabalhos de campo realizados no estado do Paraná desde o ano de 2010, atuando na tentativa de compreender a territorialização do cooperativismo camponês e do cooperativismo capitalista no estado, sobretudo como fruto de projetos distintos e disputas de classes, que evidentemente produzem territórios diversos.[leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Maio de 2014

Autor: Rafael Rossi

Título: A despolitização da ação do pensamento derrotista

Resumo: O presente texto é instrumento pelo qual problematizamos as afirmações e a invertida linha de argumentação desenvolvida pelo sociólogo Zander Navarro em seu texto: “A derrota, na ação e no pensamento” publicado no jornal O Estado de São Paulo – Estadão no último dia 23 de março de 2014. Navarro inicia seu escrito questionando o que é ser camponês e expondo em breves considerações a suposta incompatibilidade deste conceito perante “um mundo comandado pela vida urbana”. Se há algo que merece ser considerado relevante no texto deste autor é a maneira pela qual ele desenvolve sua estrutura argumentativa, direcionando o leitor, pouco a pouco, a ser convencido pela sua postura que embora seja científica, está imbuída de uma forte defesa da ideologia das classes dominantes.[leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Abril de 2014

Autor: Lorena Izá Pereira

Título: Estrangeirização de terras no Brasil: uma visão através da geopolítica da questão agrária

Resumo: Este artigo é resultado do relatório final de iniciação científica apresentado ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), intitulado “Estrangeirização de terras: conceitos, agronegócio e a atuação do Estado - relação Brasil e Moçambique”. Durante a iniciação cientifica foram desenvolvidas pesquisas que abordaram o processo de estrangeirização de terra no Brasil e em Moçambique, partindo do conceito de estrangeirização, como esta ocorre em ambos os países e as estratégias governamentais para regulamentar a aquisição de terras por estrangeiros, relacionando com a Geopolítica da Questão Agrária. Também abordamos a relação entre Brasil e Moçambique, neste caso as relações comerciais e econômicas. Destacamos que Moçambique apresenta características distintas e peculiaridades quando comparado à realidade brasileira. Uma particularidade é o fato de que em Moçambique a terra é propriedade estatal, o que significa que é propriedade do Estado, é pública. Deste modo, a terra que os estrangeiros realizam os seus investimentos é concedida pelo próprio governo de Moçambique em forma de Direito de Uso e Aproveitamento da Terra (DUAT).[leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Março de 2014

Autor: Raquel Carvalho de Arruda

Título: Relações cidade-campo: da oposição entre a cidade e o campo aos territórios da cidadania

Resumo: As relações cidade-campo sempre ocuparam a pauta acadêmica, porém não de maneira linear e consensual. A centralidade desse tema ganhou força nas décadas de 1980 e 1990. Nelas, o processo de redemocratização do país, o desenvolvimento da comunicação e dos transportes, bem como a intensificação do agronegócio, entre outros, incrementaram as relações cidade-campo. Dessa maneira, ampliou-se a diversificação do tipo de atividades realizadas no campo até então restritas ao agrícola.[leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Fevereiro de 2014

Autor: Miescelau Kudavicz e Rosemeira de Almeida

Título: Em tempo de "privatização" da reforma agrária, a nececessária práxis do bem comum

Resumo: Este texto é fruto de reflexões propiciadas pelas pesquisas realizadas nos campos sul-mato-grossenses junto às famílias assentadas no Estado de Mato Grosso do Sul – em especial na última década, bem como dos debates no Grupo de Estudos Terra Território (GETT-UFMS). O contexto das questões que vamos tratar tem como postulado a compreensão de que, apesar de serem várias as causas dos descaminhos da Reforma Agrária no MS, a falta de vontade política em executar as ações previstas na Constituição Brasileira, entendida como uma prática de negação do papel social e econômico da Reforma Agrária.[leia mais]

 

ARTIGO DO MÊS - Janeiro de 2014

Autor: Juscelino Eudâmidas Bezerra

Título: Diacronias da violência no Baixo Jaguaribe (CE): marcas históricas e geográficas

Resumo: Em paralelo ao processo de desenvolvimento do agronegócio frutícola no Baixo Jaguaribe, os conflitos pululam ao sabor de qualquer observação, incorporando definitivamente a cultura do medo e da impunidade. A escalada da violência acomete as regiões de expansão do agronegócio como parte da sua própria lógica. Por isso, a necessidade de entendermos brevemente a gênese da violência na região em apreço.[leia mais]

 

 

 

 

 

 

 



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