Entre os dias
11 e 15 de novembro de 2005, a cidade de Presidente Prudente se
tornou a capital da Geografia Agrária brasileira, reunindo
três importantes eventos - o III Simpósio Nacional
de Geografia Agrária, o II Simpósio Internacional
de Geografia Agrária e a Jornada Ariovaldo Umbelino de
Oliveira -, promovidos em co-realização pela Universidade
Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”
- UNESP-Presidente Prudente (Programa de Pós-Graduação
em Geografia) e pela Universidade de São Paulo (Programa
de Pós-Graduação em Geografia Humana).
O tema dos dois simpósios foi “Desenvolvimento do
campo, das florestas e das águas”. Esses procuraram
aprofundar as leituras acerca da diversidade histórica
constituinte do mundo agrário e rural, bem como debater
os novos elementos da questão agrária a partir de
conferências e mesas redondas. Contaram com a participação
de destacados pesquisadores brasileiros e estrangeiros e de representantes
dos movimentos sociais como, João Pedro Stédile
(MST), Frei Sérgio Gorgen (MPA), Denílson Rodrigues
de Moraes (MAB), Ariovaldo Umbelino de Oliveira (USP), Victor
Martin Martin (Universidad de La Laguna - Espanha), Sam Moyo (Instituto
Africano de Estudos Agrário - Zimbábue), Armando
Bartra (Instituto Maya - México), Richard Peet (Clark University
- EUA), dentre outros.
Os simpósios ainda contaram com a significativa contribuição
de consolidados pesquisadores brasileiros, além de jovens
pesquisadores em formação, apresentando os resultados
de seus trabalhos em comunicações livres, bem como
a sua participação nos trabalhos de campo que se
constituíram em momento privilegiado de debate do mundo
agrário e rural contemporâneo a partir da realidade
concreta da Região de Presidente Prudente e do Norte do
Paraná, onde foram realizadas as excursões.
Com a Jornada Ariovaldo Umbelino de Oliveira pretendeu-se discutir
a contribuição desse importante intelectual na formação
do pensamento geográfico brasileiro, o que, aliás,
superou os limites da Geografia Agrária, sua principal
área de atuação. Seu trabalho estendeu-se
à Geografia Urbana e ao Ensino da Geografia e, também,
aos debates de Teoria e Método da Geografia, particularmente
na incorporação de autores há muito esquecidos
ou pouco incorporados pela Geografia brasileira.
Inscreveram-se no evento cerca de 600 pesquisadores, grande parte
com propostas de comunicação livre, sendo que 430
resumos foram aprovados, dentre os quais 230 foram efetivamente
apresentados no evento e compõem a presente publicação.
Esses números são mais do que suficientes para indicar
o reconhecimento alcançado entre nossos pares pelo Simpósio
Nacional de Geografia Agrária e pelo Simpósio Internacional
de Geografia Agrária. Mas ainda há um outro indicador
de extremo valor: os inscritos eram oriundos de quase todos os
estados brasileiros, bem como do México e Espanha.
Esperamos que os Anais que aqui se constituem expressem a densidade
dos acalorados debates que se constituíram nas terras do
Pontal do Paranapanema e sirvam como referência sobre o
atual “estado da arte” da produção científica
sobre o agrário e o rural no campo da ciência geográfica.
Finalmente, fica o desafio de buscarmos juntos assegurar a continuidade
dos simpósios com a vitalidade que os tem caracterizado.